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sexta-feira, 14 de maio de 2010




As comunidades Kuna, espalhadas em 365 pequenas ilhas no caribe panamenho são descendentes de gerações de uma cultura que, heroicamente resistiu às invasões dos espanhóis que tentaram conquistar a região a partir de 1501.

Graças ao espírito guerreiro e sentimento de nação, os Kuna se mantiveram como comunidades autônomas e ainda hoje preservam suas tradições.

A aventura começa no embarque, às 6h da manhã, na cidade do Panamá, no pequeno aeroporto regional de Albrook - Um verdadeiro espetáculo de antropologia: Mulheres com roupas exuberantemente coloridas, jovens e idosos carregando sacos de viagens e se comunicando na língua Kuna. O mosaico de cores e cultura exótica nos força a lembrarmos que ali somos realmente estrangeiros.

Ao entrar com o corpo curvado para frente no pequeno bimotor, senti, inicialmente, um certo medo. Mero engano. A decolagem segura me relaxou e excitou meu espírito de aventura.

Após 45 minutos de vôo, em baixa altitude, a pista em Achatupu, de tão pequena, exigia do bimotor um procedimento de pouso em círculos.

As reservas haviam sido feitas na Cidade do Panamá, com Osires, uma simpática guia de turismo Kuna, que acompanhou meu embarque no aeroporto.

Em Achatupu, o guia Kuna, Rick transferiu as bagagens para um pequeno barco a motor, que nos levou, em 20 minutos de navegação mar a fora, até à ilha, que possui pouco mais de 1.000 metros quadrados de extensão - mais ou menos 30m X 40m - com a areia cuidadosamente limpa, chamada Dad Ibe – dono do Sol - na língua Kuna.

Esqueça o mundo civilizado. A sensação era de chegar à ilha de Robinson Crusoé. Ali, a primeira coisa a ser refeita é sua relação com o tempo. As horas passam mais devagar em Dad Ibe. As redes entre os coqueiros balançam com a mesma vagareza do tempo.

Duas Mulheres Kuna vestidas a caráter, com as tradicionais tiras coloridas amarradas nas pernas, do tornozelo aos joelhos chamadas chaquiras, recebem com um sorriso de quem está em perfeita harmonia com seu modo de vida.

Uma cabana rústica, olhando para o mar, é servido um café da manhã que incluía ovos, bananas, suco de frutas, pão típico de milho, além de café e queijo trazidos do continente, assim como a água potável e para o banho.

As acomodações extremamente simples, com paredes de bambu e telhado de folhas de coqueiros oferecem um certo conforto. No interior, duas camas largas, colchão de molas, roupas de cama limpa e um conjunto de pia e vaso sanitário. O chuveiro frio não incomoda. Até completa o ambiente de simplicidade, num calor de mais de 30 graus, amenizado pela suave brisa oceânica.

Durante o dia, o guia nos leva a um passeio pelas ilhas. O serviço inclui aluguel de snorkel e as paradas para mergulho completam o espetáculo visual no mar verde-esmeralda do Caribe panamenho.

A hora do almoço é anunciada, exatamente ao meio-dia, por uma corneta. No cardápio, os plátanos - bananas amassadas e fritas - peixe, e lula pescados na hora são preparados com molhos de tomates e ervas. A água de coco é colhida da fruta no pé, na hora de servir. Os legumes servidos como saladas são trazidos de avião da Cidade do Panamá. Da mesma forma, a cerveja e o refrigerante, geladas em freezer a gás. Não existem petiscos, ou tira-gostos entre as refeições. Leve alguma coisa para comer nos intervalos.

Lugar de visita especial é a sede da comarca Kaunayala, chamada Ailigandi, onde vivem cerca de 3.000 pessoas com os modos de vida Kuna preservados, na medida do possível.

Lá tem hospital, escola, centro cultural e biblioteca, onde são passadas as tradições da cultura Kuna.

No centro da comunidade, uma grande cabana chamada de assembléia, onde são tomadas as decisões políticas é onde também se reúne o povo para os cultos religiosos.

De volta à minúscula ilha de Dad Ibe, à tardinha, com direito a muita preguiça e água de coco, a corneta toca novamente, exatamente às 18h e o jantar é servido: Ceviche de polvo e ensopado de camarão.

Das quatro cabanas fincadas nos corais em palafitas, que fazem o acervo imobiliário da ilha, três são para hóspedes.

Não há energia elétrica. À noite, liga-se um pequeno gerador até às 21h, para ascender algumas lâmpadas. Depois, é só o encanto da luz das estrelas. As ondas batendo nas pedras abaixo do assoalho de madeira ajudam a embalar o sono na noite escura.

Não espere por serviços turísticos como estamos acostumados. Para viver esta aventura ímpar nas comunidades Kuna é preciso estar com o espírito aberto para o diferente.

Se, no início estranhar, logo você perceberá quanto o exótico nos encanta e nos preenche. Então verá que não lhe falta nada e se soltará para o grandioso encanto da simplicidade.

Agora, com os vôos da Copaair saindo direto de Confins para a cidade do Panamá, ficou mais fácil você viver esta aventura inesquecível.

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